sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Viagem a Nepal

Quando o jipe pifou pela primeira vez
Adoro esta foto da fronteira. Eu estou na Índia, mas o guia (de vermelho) está no Nepal!
Hotelzinho na montanha (sem banheiro! O "banho" foi com um balde água quente)
Cozinha com fogão de lenha e muita gente!
Congelada? Eu?

Saquem o frio!
Eu, Rodri, Santosh (o guia) e irmãozinho
A gente com o Monte Kanchanzonga atrás

Por Rodrigo

Eu, nunca antes na vida, pensei em fazer uma aventura assim com a Helena. Sempre pensei que ela acabaria amarelando e eu, indo sozinho. Acho que ela não tem nem idéia do perigo mortal do tipo de direção em montanhas como esta, mesmo num 4x4. A estrada não é estrada propriamente dita, senão um caminho por onde sobem as mulas.

Nossa aventura começa em um Land Rover de 1960 com o motorista, o guia, a gente e dois irmãos adolescentes do guia (um cara chamado Santos, sabe-se lá o porquê!); o pneu estava tão careca que quase podia ver o ar dentro dele. A subida era de mais de 35 graus de pedra e barro e o motor do jipe estragou várias vezes no caminho, só chegamos ao final porque o motorista fez diversas gambiarras. Subimos 11 km entre precipícios e barrancos para alcançar o vilarejo onde dormimos (Tumling), a quase 3.000 metros de altura. O caminho de mulas não tinha mais de dois metros de largura: de um lado eram pedras e do outro, nem te conto!

Apesar do perigo, para mim é uma experiência espetacular, pois uma das minhas paixões é fazer 4x4. Senti-me super bem e relaxado em uma das nossas paradas no monastério de Cheetra, no Nepal, onde mora cerca de 30 monges budistas, e com as imagens majestosas do Himalaia e do frio gostoso (o mesmo que está acabando com a Helena!). hehehehe

Como este blog não é meu e sou apenas um intruso, não vou falar da hospedagem nem da comida (mas adorei e comi de tudo, gostei principalmente da maneira caseira como a comida é feita). Fiquem agora com a versão da Helena (congelada e branca depois do susto da subida. Tanto que perdeu a cor amarelada de todo o curry que anda comendo na Índia!).

Beijos e abraços do Rodrigo no Nepal.

PS da Helena: Rodrigo me ditou todo o texto em português, claro que fiz algumas correções, mas 80% é ele mesmo!
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Por Helena

Como sempre digo, Deus é muito bom comigo. No dia anterior à viagem, decidimos não fazer os 22 km a pé, já que não tínhamos roupa nem tênis apropriados, e sim pagar por um jipe. Foi a decisão mais sábia, porque tenho certeza de que só sairia daquela montanha numa ambulância ou no caixão! A subida era indescritível e o frio, inacreditável!

Mesmo no jipe, foi aventura demais pro meu gosto! Poucas vezes, porém, vi o Rodrigo aproveitando cada segundo e rindo de tudo. E eu só pensava: “Puta que pariu! Onde fui me meter?”. O carro estragou 3 vezes durante o percurso, que durou mais de 2 horas, e achei que teríamos que subir ou descer a pé. Cada um deve aprender seu limite – o meu é bastante reduzido no que diz respeito a aventuras. Subir uma montanha no Nepal no inverno não é coisa pra mim – mesmo em jipe! Realmente foi uma aventura única, porque não haverá uma segunda vez!

A ida ao monastério valeu muito a pena. É no meio do nada e é difícil imaginar como 30 pessoas podem viver em um lugar como aquele. Mais uma vez, a fé me comoveu e esta é a única explicação que vejo para a vida nesse lugar inóspito e longe de qualquer vestígio de civilização.

Chegando ao vilarejo – com o corpo todo doendo pelas pedras do caminho -, a paisagem é linda e me senti realmente privilegiada por estar vivendo isso. É uma “casa grande” com fogão a lenha e o cheiro da cozinha me lembrou o cheiro da roça em São João quando eu era criança. Havia uns turistas americanos e europeus que pararam para comer e descansar antes de continuar subindo. Admiro mais que nunca essa gente – mas também acho, mais que nunca, que lhes falta um parafuso! Nunca vou entender a graça de subir uma montanha com todas as condições adversas... (cabecinha limitada essa minha!).

Acho que estávamos e uns 3 ou 4 graus e estava congelada (saía fumaça da boca mesmo dentro do quarto). À noite, eles acenderam a lareira e, outra vez, comprovei que Deus é meu parceiro: não tínhamos tomado um dos vinhos que o Rodrigo trouxe e isso ajudou a suportar a noite. Quem guarda tem, como dizia meu avô Bastião!

Enfim, mais uma experiência para contar aos meus netinhos, mas eu gosto mesmo é de neon e óleo diesel. Com frio e com a bunda e o pescoço doendo, sinto falta de Delhi. Quem diria! O melhor de tudo foi a cara do Rodrigo ao ver o amanhecer no dia seguinte com as montanhas nevadas ao fundo. Por sorte, o dia estava claro e vimos o ponto mais alto da Terra (Monte Everest, com 8.848m) e o 3º mais alto (Monte Kanchanzonga, com 8.598m).

Já estamos em Delhi e amanhã (sábado) Rodrigo toma um avião para Barcelona e eu vou para a parte final das minhas andanças pela Índia: Bombay e Goa (praia e calor, porque ninguém é de ferro!). Dia 16 volto a Delhi, quando terei 2 semanas de trabalho ininterrupto e... casa!

3 comentários:

Anônimo disse...

Rodri
nem acredito que é a minha filha, que fez toda esta aventura....é a sua mulher!!!!
Nena, volta ao mundo depressa, quero falar com vc num aparelho que se chama " telefone" , vc conhece???
Quero tb ver mais fotos.
Bjs, bjs
Mae

Anônimo disse...

Nena, amei seu blog, muito legal!!Pelas fotos a India é muito linda...Não deu pra eu ler os posts pq to com uma amiga aki em ksa, mas assim que der eu leio ok??
bjs
Ligia

Marisa disse...

Pero esto que es???? Helena, realmente me sorprendes. Tu que ODIAS el frio, por esas montañas de Dios. Del transporte ni hablemos. Supongo que despues de tantos Km. debes tener los pies bien cansaditos. Eso si, la experiencia seguro que mereció la pena. Ahora a ver si trabajamos un poquito eh? que ya toca, o es que estas continuamente de vacaciones? Je je. Bueno como veo que vuestra "luna de miel" ha sido super especial, estoy contentisima. Rodri ya me explicará.
Miles de bjs.