domingo, 16 de setembro de 2007

Um final de domingo surpreendente!






PS: A ordem das fotos e exatamente o oposto. assim que comeca pelo final. Obaid e o homem que esta no meio de todos (sentado). Este lencol branco e onde os homens rezam.

Bom, não pensava mais escrever neste domingo, porque o plano inicial era passar todo o dia no quarto lendo e escrevendo, até que o insólito aconteceu. Obaid, meu já citadíssimo tutor, me ligou da recepção dizendo que estava aqui embaixo com a esposa, Pritpal, para uma recepção e me convidou. Claro que eu fui.
A recepção era a celebração do primeiro domingo do Ramadan, quando eles quebram o jejum com orações e um jantar. Obaid é muçulmano, mas Pritpal é hinduísta. Uma união bastante incomum aqui por estas bandas. Ela me contou que foi “deserdada” pelos irmãos mais velhos ao se casar com um muçulmano.
Pedi pra tirar umas fotos só pra compartir com vocês e para deixar o Rodrigo e a Baby contentes, já que sempre pedem fotos. A festa foi patrocinada e organizada por um empresário e sua esposa. Alguns convidados falaram ao microfone e, depois, eles quebraram o jejum com uma espécie de salada de frutas com canela e alguma outra espécie não identificada e um bolinho de vegetais frito. De bebida, limonada e um suco vermelho que não provei. Depois disso, era a hora da oração. Homens pra um lado e mulheres pra outro. Além de não rezar juntos no mesmo lençol, cada “grupo” tem sua mesa de comida e se serve separadamente.
Todo mundo me olhava com aquela cara “quem-é-essa-branca-de-calça-jeans-aqui-com-a-gente”? Não entendi absolutamente nada do que eles falavam, mas me senti muito afortunada por estar ali. Eu nunca me imaginei - na condição de mulher, brasileira e não praticamente de nenhuma religião em concreto - ali numa celebração do Ramadan na Índia, um país onde apenas 12% da população é muçulmana! Uma experiência inesquecível, que salvou meu domingo do confinamento no quarto e me deu ainda mais vontade de viver esta experiência.
A única coisa negativa disso tudo foi o jantar. Não tenho medo da violência, não tenho medo de cobras, não tenho medo de ser roubada nem do terrorismo na Cachemira. A única coisa que me tira o sono é o CURRY! Tenho que pensar nos planos B, C, D.... para fugir disso. É meu terceiro dia apenas e somente o cheiro me faz perder o apetite!
A partir de amanhã, espero ter conexão à Internet todos os dias e falar com vocês. Muitos dos meus “problemas” terminarão!

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